Adoçantes

O uso de adoçantes não calóricos como alternativa de sabor adocicado aos adoçantes calóricos é especialmente útil nos adultos em programas de controle de obesidade e para indivíduos com diabetes mellitus. Porém faltam dados em relação a esse benefício para as crianças.

 

Sociedades médicas como a American Heart Association e American Diabetes Association publicaram declaração de segurança em relação ao consumo de adoçantes quando utilizados dentro dos níveis estabelecidos como seguros pelo FDA para adultos. Evidências de segurança em estudos com modelos animais e em populações de adultos descartaram a associação com câncer.

 

Apesar de haver pouca evidência científica em relação a segurança no consumo de adoçantes não calóricos por bebês, crianças e adolescentes sabemos que eles estão presentes na dieta das crianças em qualidade e quantidades não bem determinados. O uso desses aditivos em produtos alimentares teve aumento acentuado nos últimos anos.  

 

Precisamos de maiores informações sobre o tipo e a quantidade de adoçantes não calóricos contidos em vários alimentos, bebidas e outros produtos para entender melhor a exposições das crianças a esses aditivos.

 

Os adoçantes não calóricos disponíveis no mercado são:

 

  • Sacarina
  • Aspartame
  • Acessulfame de potássio
  • Sucralose
  • Neotame
  • Estévia

 

Frente a pouca evidência de segurança no uso de adoçantes não calóricos a maior parte das sociedades de pediatria orientam evitar o uso desses aditivos. Especialmente na população de menores de 2 anos. Nessa faixa etária, a orientação prevalente é que se restrinja ao máximo o consumo de açucares e de alimentos adocicados.

 

A ingesta de açucares deve ser restrita àqueles presentes no próprio alimento, pois o consumo excessivo desses poderia exercer uma influência negativa sobre o padrão de consumo de calorias na vida adulta.

 

Novas pesquisas sobre o uso de adoçantes não calóricos devem ter foco nas preferências de exposição e sabor, neurodesenvolvimento e efeito no microbioma e sua relevância para a obesidade, síndrome metabólica e diabetes.

 

No atual cenário, com exceção do uso de aspartame e neotame por crianças com fenilcetonúria, não há contra-indicações absolutas ao uso de adoçantes não calóricos. Potenciais benefícios do uso dessas substâncias seriam:

 

  • Redução de cárie dentária. 
  • Estabilização do peso ou perda de peso a curto prazo em crianças em programas de acompanhamento dietético.

 

Temos poucas evidências de seguimento no longo prazo mas evidências atuais sugerem que não há associação entre hiperatividade e uso de adoçantes não calóricos em crianças.