Os brinquedos são reconhecidamente importantes para o desenvolvimento infantil, no auxílio da auto-regulação da criança e para a gestão dos processos cognitivos.
Nos últimos anos os brinquedos assumiram papel de destaque entre os temas discutidos em consulta. Possivelmente por algumas razões:
O QUE É O BRINQUEDO?
O brinquedo é qualquer objeto utilizado pela criança que a auxilie em seu desenvolvimento cognitivo, social/emocional, de linguagem ou físico. E pode ser categorizado como:
São ferramentas de interação da criança com o meio, com os adultos e com outras crianças ao redor. Brinquedos de qualidade são aqueles que auxiliam na interação de crianças e cuidadores. Não são obrigatoriamente tecnológicos ou caros.
Brinquedos tecnológicos, com intenso estímulo sensorial (luminoso e sonoro), distraem a criança da interação com o cuidador com perda da troca de olhar, da imitação, da vocalização e dos gestos que são muito importantes para o desenvolvimento social
COMO O BRINCAR AJUDA A CRIANÇA?
Brinquedos simbólicos que estimulam o faz de conta promovem o uso das palavras, as construções narrativas, a imitação e as simulações situacionais do dia-a-dia da criança. Dessa maneira auxiliam no desenvolvimento da linguagem, no pensamento simbólico e na auto-regulação.
Brinquedos como blocos e quebra-cabeças são úteis para a aquisição de coordenação motora fina e desenvolvimento cognitivo, antecipando habilidades matemáticas e noção espacial.
O uso de brinquedos em atividades físicas, como bolas e triciclos, auxiliam na coordenação motora grossa e interação com os outros, por imposição de regras e limites.
A CRIANÇA DEVE BRINCAR SOZINHA OU ACOMPANHADA?
Os brinquedos mais adequados e eficazes para o desenvolvimento infantil são aqueles que envolvem a interação com os cuidadores, pois dessa maneira haverá maior inclusão de experiências ricas de linguagem e de interação verbal com reciprocidade.
Também são interessantes as brincadeiras guiadas, em que as criança assume a liderança e os cuidadores sustentam sua exploração. A ideia de que o brincar é enriquecido com a participação do cuidador se baseia no fato de que o aprendizado é consolidado quanto há uma interação entre a criança e o adulto com um direcionamento de foco na imaginação da criança, como ocorre no compartilhamento da leitura.
Brinquedos que facilitam a imaginação são os que tem maior possibilidade de participação do cuidador. Já os brinquedos eletrônicos são os que menos favorecem essa interação.
O brincar sozinho fortalece a criatividade, sua investigação independente e a assimilação de habilidades, porém não deve substituir a interação do cuidador com a criança.
E OS BRINQUEDOS ELETRÔNICOS?
O aumento do tempo de exposição às telas está associado a uma redução na interação dos pais com a criança. Mesmo as mídias educativas são vistas sem a presença dos pais.
Os possíveis benefícios das mídias interativas são equivalentes àqueles oferecidos por brincadeiras tradicionais. Brincar com eletrônicos reduz o número de palavras dos cuidadores, há menor resposta dos pais e a criança também vocaliza menos.