Um dos grandes marcos do desenvolvimento motor da criança é a aquisição da marcha. Estímulos não faltam. Todos aguardam ansiosamente os primeiros passos trôpegos, desajeitados e desprovidos de equilíbrio em direção a mãe que chama. Com as pernas ainda arqueadas e com os pés afastados para aumentar a base de sustentação a criança se coloca em pé e desenha o primeiro passo.
Nessa fase é comum a preocupação com a posição dos pés da criança. Desde o início da marcha até por volta dos 3 anos a criança apresenta os pé planos, valgos (virados para dentro) e afastados para facilitar a marcha e aumentar o equilíbrio. Além disso, nessa idade há um certo acúmulo de tecido gorduroso nas plantas dos pés que acentua seu aspecto plano. Todas essas alterações são frequentes e esperadas, sem necessidade de avaliações ortopédicas.
Entre os 3 e 5 anos o arco plantar normal se forma na maioria das pessoas. Após os 10 anos menos de 4% das pessoas apresentam o pé plano verdadeiramente patológico.
Algumas características devem chamar a atenção e merecem uma avaliação mais detalhada. Quando a criança apresenta:
- Cansaço excessivo aos esforços.
- Dor na parte interna e posterior da perna.
- Cansaço fácil e pede colo com frequência.
- Deformidades no sapatos.
Na presença de deformidade evidente ou alguma das caracteristicas acima pontuadas pode ser necessária a avaliação do ortopedista infantil. O uso de botas ortopédicas, palmilhas e outros tipos de órteses é controverso e pode interferir com a marcha de crianças que apresentam o pé normal. O melhor calçado é aquele firme, flexível, como solado de borracha e com ranhuras e bem adaptado ao pé da criança.