Pele a pele

Em algum post mais antigo já mencionei que nascer não é facil. De certo que não me lembro, mas sou capaz de imaginar. Aliás, nos cursos de gestante sempre comento que a transição da vida fetal para a neonatal representa um dos mais dinâmicos e difíces períodos das nossas vidas.

 

Nascer é se tornar independente, pelo menos do ponto de vista fisiológico. É a transformação de um organismo amplamente dependente em termos de funções básicas como “respirar” e se manter nutrido para a autonomia funcional, com necessidade de um intenso ajustamento que requer desde horas até dias para se completar.

 

Frente a todas as dificuldades inerentes ao período de adaptação a vida extra uterina, algumas práticas de humanização podem ser adotadas ainda em sala de parto para fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e filho, facilitar o controle da homeostase e temperatura corporal do recém nascido e estimular o aleitamento materno.

 

O contato pele a pele entre mãe e bebê na sala de parto está associado a uma maior probabilidade de aleitamento materno exclusivo, de acordo com trabalho apresentado na Conferência Nacional da Academia Americana de Pediatria em Orlando.

Pesquisadores revisaram os registros médicos dos nascimentos em um hospital de Nova York. Os autores do estudo obtiveram informações sobre se a mãe e a criança tiveram o contato pele a pele ainda na sala de parto.

 

No total 150 recém nascidos foram examinados. Desses, 53 por cento tiveram contato pele a pele com a mãe na sala de parto. A intenção de amamentar e o contato pele a pele foram significativamente relacionados ao aleitamento materno exclusivo. O “efeito sinérgico ” entre a intenção e o contato pele a pele aumenta as chances do sucesso na amamentação.

Respeitando as condições físicas e psicológicas da mulher e a estabilidade do recém nascido o contato precoce entre mãe e filho deve ser estimulado e empregado, com maior humanização das relações e da assistência prestada pelos serviços de saúde.