Trauma craniano

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

O trauma crânioencefálico (TCE) é um dos principais motivos de atendimento médico de urgência em crianças. Na maioria das vezes é um evento sem maiores complicações e de baixa morbidade. Porém, lesões mais graves podem estar associadas ao TCE e os cuidadores devem saber reconhecer os sinais de alerta.

 

 

CAUSAS

 

Diversos mecanismos de trauma são descritos no TCE que envolve as crianças. A idade e o ambiente em que ocorre irão influenciar sua freqüência. As quedas são a principal causa, responsáveis por até 50% dos casos. Outros eventos comuns são: colisão automobilística, atropelamento, acidente com bicicleta e outros acidentes relacionados à prática de esportes.

 

Nem todo o TCE é grave e necessita de uma avaliação médica. Muitas quedas triviais não terão repercussão para a criança e, portanto, não necessitarão de avaliação médica.

 

 

A avaliação médica esta indicada se houver a presença de SINAIS DE ALERTA:

 

  • Queda em menores de 3 meses
  • Queda de altura superior a 1 metro
  • Queda de escadas
  • Acidente ciclístico sem uso de capacete
  • Acidente automobilístico com vítimas no carro
  • Perda de consciência após o trauma
  • Machucados no couro cabeludo ou hematomas extensos
  • Sangramento em nariz ou orelha
  • Vômitos seqüenciais após o trauma
  • Alterações de força muscular ou equilíbrio
  • Cefaléia importante que persiste após o trauma
  • Sonolência excessiva – fora do padrão habitual da criança

 

O mais importante no evento do TCE é identificar se ocorreu lesão cerebral e se teve sangramento cerebral. Pois essas condições devem ser identificadas e corrigidas rapidamente. Os sinais/eventos acima descritos são indicadores de um maior risco para que esses eventos tenham ocorrido.

 

 

INVESTIGAÇÃO

 

Uma vez que tenha a suspeita de uma lesão mais importante a criança deve passar por avaliação médica. Exames de imagem podem ser executados para maior esclarecimento do quadro na tentativa de identificar se estamos ou não frente a uma lesão cerebral ou na presença de um hematoma.

 

O melhor exame de imagem para identificar esse tipo de complicação é a tomografia de crânio. Porém, apesar de grande relevância no diagnóstico, ela não deve ser executada de forma indiscriminada para todo trauma. Ela não é isenta de efeitos adversos, como a necessidade de sedação da criança não colaborativa e o efeito no longo prazo da irradiação.

 

O Rx de crânio é um exame pouco útil nesse cenário. Apesar de ser capaz de identificar fraturas do crânio ele não consegue identificar os sangramentos e o trauma cerebral. Além disso, como o crânio da criança é mais complacente, pode ocorrer um hematoma sem a presença de fratura de crânio.